Com alguma probabilidade o dia de hoje não te faz qualquer tipo de sentido. O mais certo, é nem sequer associares a data. Não me perguntes como ou porquê, mas o que é certo é que este ano lembrei-me dele, ao contrário de todos os outros anos, desde que fazes parte da minha vida. Não sei quantos seriam, (se fossem), mas sei que estarias lá para o aplaudires no final da canção de aniversário e absurdamente, parece que vos imagino a abraçarem-se. De estatura semelhante, com feições idênticas e ele ligeiramente mais robusto fisicamente do que tu. Os cabelos brancos ainda não são bem vindos nele, ainda está todo virado para as curvas! Estão de costas para janela da cozinha. A tua mãe dá-lhe um beijinho em biquinhos de pés. Tu és o segundo a felicitá-lo, e o teu irmão está por trás de vocês, a querer abraçar o que nunca abraçou. O avô R. permanece sentado com o olhar direcionado para o bolo, não pela sede de o apreciar, mas sim, pela postura orgulhosa que mantém, associada ao facto de não saber o que fazer nestes momentos de carinho familiar (ou de não querer fazer o que é suposto). A tua avó, de olhar ternurento, aprecia todo o quadro de família, com as mãos entrelaçadas sobre o peito e com uma lágrima a cair pelas rugas da idade. A tia M. e o tio L. partem para a parte da canção do "tenha tudo de bom..." para estimularem o teu irmão enquanto ele olha embevecido para ti e para ele. Entretanto o tio J. aparece com a garrafa de champagne, como não podia deixar de ser!
Quanto a mim, desconheço o meu paradeiro, mas estou CERTA que nos iríamos dar extremamente bem!
Um excelente aniversário e que viva muitos anos dentro destes corações!
Um beijinho.
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